Um ambiente criado não apenas pelas bicicletas (pasteleiras, chopper, bicicletas e de dois lugares, entre outros modelos), mas também pelos pormenores dos chapéus e lenços na cabeça, dos cestos de verga que transportavam o farnel, dos coletes, dos suspensórios, da camisa de flanela, dos padrões dos tecidos, da mola de roupa a prender a calça... enfim, um sem número de aspectos que fazem deste um evento verdadeiro e genuíno. Até as crianças que acompanharam os seus pais e familiares nesta aventura entraram nesse espírito. O passeio iniciou-se em Soudos, pela manhã, com o tempo a ameaçar fazer caretas. A verdade é que o domingo ficou solarengo, ajudando ao sucesso da iniciativa. O passeio levou os participantes a diversas aldeias como Vila Nova, Carrazede, Peralva Curvaceiras, Delongo, Paialvo (Tomar) e Vila do Paço (Torres Novas), terminando novamente em Soudos. Durante o percurso realizaram-se diversas paragens, junto de colectividades e associações destas localidades e, como sempre, o espírito comunitário foi elevado, havendo quem tivesse aberto a porta das suas casas (quintais e garagens) para oferecer qualquer coisa para comer ou beber. As paragens eram também aproveitadas para se promoverem alguns jogos tradicionais, fomentando ainda mais o espírito de convívio. Foram criadas equipas com 10 elementos (e apadrinhadas com nomes de objectos que caíram em desuso – regador, foicinha, enxada, machado, peneira, bilha, penico, arado, pá, almofariz...) que disputaram, amigavelmente, os desafios propostos pela organização. Pelo meio, houve um almoço junto aos moinhos, um porco no espeto que caiu ”que nem ginjas”. No regresso a casa, já na sede do GDRS (na antiga escola primária), os participantes tinham à sua espera um lanche e animação diversa. Presidente presente Depois de no ano passado o presidente da colectividade soudoense não ter estado presente por motivos profissionais, é professor em Timor, este ano o seu regresso a casa, para férias, coincidiu com o dia do passeio. Ainda pôde participar num dos momentos, o lanche, e teve de discursar, não fosse ele o grande responsável pela primeira edição da iniciativa, em 2011. O grande entusiasmo que despertou levou a que, no ano seguinte, em 2012, o passeio se voltasse a repetir, assim como nos dois anos seguintes. Esta é uma iniciativa que tem merecido todo o carinho por parte da comunidade e que deve ser preservada.
Por: Jornal Torrejano