O Museu Agrícola de Riachos foi inaugurado no dia 30 de Setembro de 1989 e, por isso, celebrou este ano um quarto de século. As comemorações decorreram no último sábado, dia 11 de Outubro.
Numa fase inicial, notou Luís Mota Figueira, director do museu há cerca de 20 anos, não foi estabelecido um critério rigoroso havendo, na sua opinião, um certo exagero do número de peças em exposição, algo que foi corrigido quando em meados década de 90 se estabeleceu o critério museográfico do museu. No seu ponto de vista, um museu não deve ter como principal preocupação a quantidade de objectos até porque as peças são meros ”pretextos” num universo em que as pessoas são as mais importantes. ”O museu é feito de pessoas e para as pessoas”, defendeu Luís Mota. O responsável evocou durante a sessão comemorativa o nome de um dos pioneiros, Julião da Luz, um comerciante de automóveis. ”O Museu Agrícola surgiu a partir de uma proposta vinda de alguém de fora do universo da cultura e é esse o espírito que se mantém”, sublinhou, enaltecendo ainda o papel importante que têm tido todos os voluntários ao longo destes anos. Luís Mota não deixou também de referir o significativo apoio mecenático que Carlos Trincão Marques tem mantido ao longo dos anos que, a somar aos apoios das autarquias, câmara e juntas de freguesia (Riachos e UF Brogueira, Parceiros e Alcorochel), têm contribuído para a manutenção do MAR. Já Carlos Trincão Marques, presidente da Associação de Defesa do Património Histórico, destacou o papel comunitário do museu, que ”não é de ninguém mas é de todos os riachenses”. Trincão Marques comparou ainda as instalações do museu de há 25 anos e de agora. ”A diferença é abissal. Foi alargado aos poucos com o esforço e empenhamento de muita gente”, concluiu. O presidente da câmara de Torres Novas referiu-se ao museu como um referência não apenas para Riachos e para o concelho mas também para toda a região e destacou o papel de Luís Mota Figueira na sua afirmação. Um museu dinâmicoO Museu Agrícola de Riachos está dividido em diversas áreas temáticas, sendo constituído pelo lagar e a eira, a casa tradicional e a maquinaria agrícola, o traje e as artes e ofícios tradicionais. Dentro destas mini-valências existe um acervo etnográfico de grande interesse didáctico e, além destes, o boieiros, gadanheiros e valadores merecem plano de destaque pelo papel de relevância que representaram no passado riachense. Os serviços de museologia e museografia, de conservação e restauro e os serviços educativos também são bases deste projecto museológico.
Por: Jornal Torrejano