10 novembro 2012

in JORNAL TORREJANO





Medida havia já favorecido bandas de Meia Via, Mata, Riachos e Torres Novas
Torres Novas: câmara suspendeu oferta de instrumentos a três filarmónicas

Depois de ter oferecido instrumentos musicais a quatro filarmónicas do concelho, numa política que visava, inicialmente, apoiar todos os conjuntos centenários, o executivo municipal de Torres Novas deliberou agora suspender a medida, deixando de fora as bandas de Outeiro Grande, Ribeira Branca e Pedrógão.

O presidente da Câmara Municipal de Torres Novas decidiu, em 2009, atribuir subsídios às bandas filarmónicas do concelho, ajudando-as na aquisição de instrumentos musicais. Apenas quatro chegaram a ver os cheques prometidos, na ordem dos 5 mil euros cada, ficando outras três agora a saber que os subsídios foram suspensos. Na ordem de trabalhos de uma reunião de câmara realizado no início de Outubro, o ponto em questão tinha até outro text ”Anulação da aquisição de instrumentos musicais para bandas centenárias”. Mas, no decorrer da reunião, o presidente da autarquia disse ter cometido um lapso, rectificando a palavra ”anulação” por ”suspensão”.

Assim, a Banda Operária Torrejana, a Sociedade Filarmónica Euterpe Meiaviense, a Sociedade Velha Filarmónica Riachense e a Sociedade Filarmónica União Matense acabaram por ter um tratamento diferente em relação às restantes, acreditando o dirigente de uma das bandas prejudicadas que a selecção teve que ver com critérios eleitoralistas. De acordo com o responsável, o presidente da autarquia torrejana terá optado por entregar os cheques a bandas de localidades onde os votos davam mais jeit Meia Via, Riachos, Mata e Torres Novas (2009, recorde-se, foi ano de eleições autárquicas).No caso da filarmónica da Ribeira Branca, a promessa do presidente da câmara em oferecer instrumentos musicais foi feita num jantar-concerto, em meados de Junho de 2009. A escola de música da colectividade tinha arrancado no início desse ano, época de grande investimento em novos equipamentos, disse um ex-dirigente ao JT. A direcção da banda fez chegar à câmara cópias de facturas, mas o dinheiro (cerca de 4 mil euros) não chegou à Ribeira.A mesma promessa terá sido feita ao Centro Recreativo e Musical de Outeiro Grande, com uma verba semelhante. António Serra, dirigente da colectividade (não era em 2009), sublinhou apenas ter recebido do presidente da autarquia durante a comemoração do aniversário, em Junho passado, a promessa de que os subsídios em atraso seriam pagos logo que o dinheiro do PAEL entrasse nos cofres da autarquia. ”Não tenho informação de que nenhum outro subsídio em atraso não seja para pagar”, vincou.Nuno Carapau, dirigente da filarmónica do Pedrógão, disse recentemente ao JT que já não contava com esse dinheiro. ”O subsídio não foi pago na altura e não vejo que possa ser agora, numa altura em que a câmara deixou de atribuir subsídios”.À Sociedade Musical União e Trabalho de Lapas não fora atribuído qualquer subsídio, alegando a autarquia tratar-se de uma filarmónica não centenária.


Por:
Élio Batista