08 janeiro 2011

A UCATN foi a única entidade...

... a emitir parecer durante a discussão pública:"Também deveria haver uma cláusula que indicasse uma data (um prazo) limite para que as verbas atribuídas fossem entregues às estruturas cujos projectos foram aceites." (ver documento completo neste blog 16.dez)

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Município de Torres Novas tem novo regulamento de apoio ao associativismo
O apoio ao associativismo rege-se agora por novas normas. Prazos, critérios e obrigações estão definidos no regulamento municipal aprovado pela assembleia municipal na segunda-feira, com as abstenções da CDU, que critica o facto de a Câmara não ter também penalizações caso não cumpra o calendário de pagamentos. O documento distingue agora apoios às actividades regulares, pontuais ou ao investimento.

A Assembleia Municipal de Torres Novas aprovou na segunda-feira, 3 de Janeiro, o novo Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo. As únicas abstenções vieram dos eleitos da CDU que afirmaram ter dúvidas em relação a 40 por cento do documento apresentado.

O regulamento em questão foi elaborado visando, essencialmente, a definição de critérios justos para a distribuição de apoios entre as associações existentes no concelho. O documento define o âmbito de aplicação dos apoios, critérios de exclusão, obrigações decorrentes dos apoios atribuídos, princípios de avaliação dos projectos desenvolvidos e os prazos para apresentação de candidaturas aos respectivos apoios. Estes dividem-se agora em apoios às actividades regulares, à carteira municipal de espectáculos e apoio ao investimento, havendo critérios de apreciação de candidaturas distintos para cada um dos sectores.

Ramiro Silva (CDU) começou por elogiar o facto de o termo ”subsídio” ter dado lugar ao termo ”apoio”, já que as associações, defendeu o comunista, substituem-se muitas vezes ao Governo e às autarquias na promoção de actividades, nomeadamente nas zonas rurais do concelho. Ramiro Silva lamentou ainda que se exiga às associações a prestação de contas, quando essa tem que ser feita a associados e não à autarquia. O eleito pela CDU sugeriu ainda que às associações de dança, música e folclore, patentes no regulamento, se acrescentem outras como o cinema e os audiovisuais, a título exemplificativo, de modo a não ser tão limitativo. A CDU criticou ainda a limitação de apoios a associações com menos de um ano de actividade, lembrando que é na fase inicial que as associações de mais apoio precisam e lamentando que desta forma se castrem novas associações.

Ramiro Silva sugeriu ainda que a apresentação das candidaturas aconteça não em Novembro, conforme estipulado, mas de acordo com as especificidades de cada associação, nomeadamente de acordo com o início das épocas de cada uma das associações. Pegando nas exigências feitas às colectividades como contrapartida do apoio que recebem, o vogal da CDU sugeriu ainda que também houvesse uma cláusula que preveja a punição da Câmara em caso de incumprimento dos pagamentos devidos. A possibilidade, prevista no regulamento, de a Câmara deliberar ainda caso a caso, mesmo havendo um regulamento que gere as regras de atribuição de apoios, mereceu igualmente as dúvidas da CDU.

António Gomes, do Bloco de Esquerda, criticou igualmente a limitação dos apoios a associações com mais de um ano de actividade e pediu alguma abertura da parte da Câmara, para que os grupos de jovens se possam aventurar no associativismo.

Já Fernando Zuzarte Reis (PS) concorda com a limitação imposta pela Câmara, defendendo que a Câmara não tem que estar a apoiar associações que depois podem nem vingar. Henrique Reis, presidente da Junta da Freguesia da Chancelaria, mostrou-se mais preocupado foi com o cumprimento do pagamento das verbas prometidas: ”Preocupa-me o pagamento das comparticipações. É sabida a dificuldade com que se deparam as associações quando lhes são atribuídas verbas que depois demoram a chegar”, atirou o também presidente da concelhia social-democrata.

Pedro Ferreira, vice-presidente da Câmara Municipal, justificou o atraso nos pagamentos de subsídios a colectividades com a necessidade de pagar primeiro as obras comparticipadas pelo QREN. A Ramiro Silva, o vice-presidente respondeu dizendo que seguem as regras das instituições públicas que concedem apoios.

O documento, apesar das dúvidas levantadas, foi ao encontro das preocupações da maioria da assembleia, que aprovou o regulamento com 31 votos a favor e apenas três abstenções da CDU. Tal como previsto no documento, deverá seguir-se agora a realização de acções de formação junto das colectividades locais sobre as modalidades de apoio.

Por: Inês Vidal (Jornal Torrejano)